quarta-feira, 6 de abril de 2016

Summertime Blues

Com o tempo, as bocas tornaram-se coisas vagas. Abstractas. Duas línguas sem saberem dançar. E quando ela se sentava em frente à janela, ele punha uma memória de vinil na ponta da agulha.
Calavam-se.
Profundamente.
Mas nenhum ouvia a música. 

Lá fora chovia e os beijos molhavam-se até às sarjetas.


Ingmar Bergman Summer with Monika (1953)



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